sexta-feira, 21 de agosto de 2015

IAHWEH E O HINDUÍSMO


Entretanto, vedes e ouvis que não somente em Éfeso, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem desencaminhado, com suas persuasões, uma multidão considerável: pois diz que não são deuses os que são feitos por mãos humanas.”  (Atos  19:26 – Bíblia de Jerusalém)

Quando lemos a Bíblia e, vemos a atividade missionária do Espírito Santo, usando os apóstolos de Cristo, podemos perceber algumas particularidades na pregação do Evangelho: a denuncia do erro das culturas religiosas; o chamado a conversão em Cristo Jesus; a condição pecaminosa e ignorante da humanidade; e, a necessidade da aceitação da obra salvífica de Deus em Cristo.

É sobre isso que Paulo está sendo acusado no verso acima. Em todas as partes de Éfeso e das suas vizinhanças, muitos adoradores de Diana voltavam-se para o cristianismo, e já não acreditavam em ídolos feitos por mãos humanas. Os missionários cristãos antigos retomaram de boa mente os argumentos existentes, baseados no Antigo Testamento, que eram empregados pelos apologistas judaicos no combate à idolatria.

Os que modelam ídolos nada são, as suas obras preciosas não lhes trazem nenhum proveito! Elas são as suas testemunhas, elas que nada veem e nada sabem, para a sua própria vergonha. Quem fabrica um deus e funde um ídolo que de nada lhe pode valer? Certamente, todos os seus devotos ficarão envergonhados, bem como os seus artífices, que não passam de seres humanos. Reúnam-se todos eles e apresentem-se; todos eles se encherão de espanto e de vergonha!” (Isaías 44:9-11 – Bíblia de Jerusalém)

Vemos que a Nova Aliança apenas ratifica o que o profeta Isaías, há anos atrás, já pregava por inspiração de Iahweh. Nada na cultura religiosa dos povos pagãos possuem preciosidade junto ao verdadeiro Evangelho. Nada é proveitoso! Tudo que praticam se voltará como condenação e reprovação para aqueles que não aceitam o Senhor Jesus como seu Salvador.

Porém, no Catolicismo Romano, tudo é diferente. Tudo é aceitável e profícuo. Podemos ver isso em suas declarações oficiais, e no seu último Concílio Ecumênico, o Vaticano II: 

Assim, no hinduísmo, os homens perscrutam o mistério divino e exprimem-no com a fecundidade inexaurível dos mitos e os esforços da penetração filosófica, buscando a libertação das angústias da nossa condição quer por meio de certas formas de ascetismo, quer por uma profunda meditação, quer, finalmente, pelo refúgio amoroso e confiante em Deus.” (Concílio Vaticano II – Nostra Aetate, Parágrafo 2 [http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_nostra-aetate_po.html])

 Analisemos. O que antes era improfícuo para Iahweh; o que o apóstolo Paulo condenou em suas atividades missionárias, agora é permitido. Agora encontra acolhimento nos ensinos daquela que se diz “única igreja de Cristo”. 

O Catolicismo afirma que os praticantes do Hinduísmo “perscrutam, os mistérios divinos”; que a prática dessa religião espúria vai “exprimindo com fecundidade inexaurível dos mitos e esforços da penetração filosófica”, chegando a perscrutar os desígnios de Deus. 

O Romanismo assume que as práticas ascéticas, mitológicas e filosóficas hindus “buscam a libertação das angústias” e até o “refúgio amoroso e confiante de Deus”.

É aprazível e não pode ser condenada. Não é pecado! Não é erro! É uma prática milenar e a igreja Romana nada despreza. Como é dito no mesmo parágrafo da declaração: 

A Igreja católica nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver” (Concílio Vaticano II – Nostra Aetate, Parágrafo 2 [http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_nostra-aetate_po.html])

Mas se o Catolicismo Romano abraça essa crença, o que ela seria? O que é o hinduísmo? Vamos analisar um pouco sobre essa religião:

O Hinduísmo é o conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas que surgiram na Índia, a partir de 2000 a.C. (note a antiguidade dessa crença). O termo é ocidental e é conhecido pelos seguidores como Sanatana Dharma, do sânscrito (língua original da India), que significa "a ordem permanente". Está fundamentado nos quatro livros dos Vedas (que significa conhecimento), um conjunto de textos sagrados compostos de hinos e ritos, que foi composto aproximadamente no século XX a.C, denominados de Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda. Estes quatro volumes são divididos em duas partes: a porção do trabalho (rituais politeístas) e a porção do conhecimento (especulações filosóficas), também chamada de Vedanta . A tradição védica surgiu com os primeiros árias, povo de origem indo-européia - os mesmos que desenvolveram a cultura grega - que se estabeleceram nos vales dos rios Indo e Ganges, por volta de 1500 a.C. 

Segundo o ensino dessa religião, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em determinada casta é definida pelo seu Karma (conjunto de suas ações em vidas anteriores). A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual. O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pela ioga. Assim a pessoa alcança a “salvação”, escapando dos ciclos da reencarnação. 

Nos cultos védicos há vários deuses. Brahma é o primeiro deus da Trimúrti, a trindade do hinduísmo (os outros deuses são Vishnu e Shiva); Agni é o pai dos homens, deus do fogo e do lar; Indra rege a guerra; Varuna no Regveda é o deus da ordem cósmica. É a maior divindade do antigo panteão indo ária e o responsável pela ordem do universo; Ushas é a deusa da aurora; Surya e Vishnu, regentes do sol; Rudra e Shiva, da tempestade. 

Animais como a vaca, rato, e serpentes, são adorados por serem possivelmente, a reencarnação de alguns dos familiares. Existem três vezes mais ratos que a população do país, os quais destroem um quarto de toda a colheita da nação. O rio Ganges é considerado sagrado, no qual, milhares de pessoas se banham diariamente, a fim de se purificar. Muitas mães afogam seus filhos recém-nascidos, como sacrifício aos deuses. 

Os brâmanes (sacerdotes) criaram o sistema de castas, que se tornou a principal instituição da sociedade indiana. Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabeleceram Brahma como o deus principal e o princípio criador. Ele faz parte da Trimurti, a tríade divina completada por Shiva e Vishnu. De acordo com a tradição, Brahma teve quatro filhos que formaram as quatro castas originais: brâmanes (saídos dos lábios de Brahma), são os sacerdotes considerados puros e privilegiados; os xátrias (originários dos braços de Brahma), são os guerreiros; os vaicias (oriundos das pernas de Brahma), são os lavradores, comerciantes e artesãos; e sudras (saídos dos pés de Brahma), são os servos e escravos. Os párias são pessoas que não pertencem a nenhuma casta, por terem desobedecido a leis religiosas. Estes não podem viver nas cidades, ler os livros sagrados nem se banharem no Rio Ganges. 

As características principais do Hinduísmo são o politeísmo, ioga, meditação e a reencarnação. Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos em todo o mundo, com um panteão de 33 milhões de deuses e 200 milhões de vacas sagradas. Todo gado existente na Índia, alimentaria sua população por cinco anos, entretanto, a fome é devastadora no país por causa da idolatria. 

A Teologia Hindu reza que tudo é deus, deus é tudo. A religião ensina o Panteísmo, que o homem está unido com a natureza e com o universo. O universo é deus, e estando unido ao universo, todos são deuses. Ensina também que este mesmo deus, é impessoal. Muitos deuses adorados pelos hindus são amorais e imorais.

O mundo físico é uma ilusão: no mundo tridimensional, designada de “maya”, o homem e sua personalidade não passam de um sonho. Para se vir livre dos sofrimentos (pagamento daquilo que foi feito na encarnação passada), a pessoa deve ficar livre da ilusão da existência pessoal e física. Através da ioga e meditação transcendental, a pessoa pode transcender este mundo de ilusões e atingir a iluminação, a liberação final. O hinduísmo ensina que a ioga é um processo de oito passos, os quais levam a culminação da pessoa transcender ao universo impessoal, no qual o praticante perde o senso de existência individual. 

Há a lei do Karma muito enfatizada por seus adeptos. O bem e o mal que a pessoa faz, determinará como ela virá na próxima reencarnação. A maior esperança de um hinduísta é chegar ao estágio de se transformar no inexistente. Vir ser parte deste deus impessoal, do universo. 

Quanta diferença do Cristianismo Bíblico! Será que realmente há no Hinduísmo compatibilidade com a sã doutrina cristã? Para o Catolicismo Romano há: 

A Igreja católica nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver” (Concílio Vaticano II – Nostra Aetate, Parágrafo 2 [http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_nostra-aetate_po.html])

Isso é ratificado nas declarações subsequentes ao Concícilio, que o Hinduísmo também possui a verdade:

Eu escrevi recentemente aos bispos da Ásia: Embora a Igreja de bom grado reconheça tudo o que é verdadeiro e santo nas tradições religiosas do budismo, hinduísmo e islamismo - reflexos daquela verdade que ilumina todos os homens, ainda em seu dever e determinação de proclamar sem hesitações Jesus Cristo, que é "o caminho, a verdade e a vida." (Carta Encíclica Redemptoris Missio do Papa João Paulo II, Parágrafo 55  [http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_07121990_redemptoris-missio_sp.html])

Com essa linha de pensamento o Senhor Jesus seria apenas mais um no vasto panteão hindu. Poderia até ficar acima da Trimúrti, assim como está acima dos santos católicos recebendo o culto de “latria”, contudo, não seria o Único cultuado. Aí está a grande similaridade do Catolicismo e do Hinduísmo: as duas religiões se adaptam muito bem a várias crenças. Elas vão agregando sutilmente doutrinas de outras religiões as suas.

Quero salientar que essas declarações não são isoladas. Não são deslizes que podem ser revistos. São declarações infalíveis, pois, o Papa quando fala sobre fé, moral e costumes, fala com a “suposta infalibilidade”. Vejamos:

O hinduísmo serve-se da filosofia para responder ao homem, e os hindus praticam o ascetismo e a meditação na subida para Deus.” (Viagem Apostólica do Santo Padre ao Extremo Oriente [Paquistão, Filipinas, 
Guan, Japão e Alaska] Mensagem do Papa João Paulo II a Ásia [http://www.vatican.va//holy_father/john_paul_ii/speeches/1981/february/documents/hf_jp-ii_spe_19810221_manila-auditorium_po.html])

Que declaração “apostólica” impressionante! João Paulo II escreveu o documento com sua autoridade de “Sumo Pontífice”. Mas, é claro não um líder verdadeiro da Igreja de Cristo, somente como mais um líder religioso; e, assim é todo o Catolicismo Romano: somente mais uma religião.

Queridos(as) a Bíblia nos exorta a não ter compatibilidade com falsas doutrinas. A Escritura nos ensina a denunciá-las! Podemos amar os pecadores, os pagãos, os que não conhecem a Cristo com nosso amor cristão, mas compactuar com suas práticas e louvá-las não é pregar o Evangelho; não é a obra missionária da pregação em Cristo, mas sim sincretismo. 

Procurai discernir o que é agradável ao Senhor e não sejais participantes das obras infrutuosas das trevas, antes denunciai-as.” (Efésios 5:10-11 – Bíblia de Jerusalém)

Rômulo Lima
(Acadêmico em Teologia e Apologética Aplicada)

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