"Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite." (Isaías 55:1 - Versão: Almeida Corrigida e Revisada Fiel)
Este discurso de Isaías é assaz maravilhoso! É extremamente concorde de como expressão do Evangelho deve ser aplicável ao mundo inteiro. A maravilhosa mensagem do Senhor Jesus é que se pode receber a salvação (e tudo que ela proporcionar) sem dinheiro e sem um valor fixado. Os dons e misericórdias de Deus não podem ser comprados.
As Escrituras, no Novo Testamento, nos diz que a salvação vem como uma dádiva totalmente gratuita:
“...sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:24)
“...mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por intermédio de Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Romanos 6:23b)
“Porquanto, pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;” (Efésios 2:8)
Essa é uma doutrina muito abrangente na Bíblia. A graça do Senhor Jesus é aplicada na nossa salvação e juntamente com todo o caminhar na vida cristã. Podemos dizer que o cristão é verdadeiramente rico! Ele recebe a salvação e todo benefício que o seu Senhor lhe proporciona. Todas essas coisas são lhe imputadas graças a Obra da Cruz!
Houve um ranking feito pela revista Forbes, que lista os seis pastores evangélicos mais ricos do Brasil. Na primeira posição, está o “bispo” Edir Macedo, que tem uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões, segundo a revista. Seguidos de Valdemiro Santiago, Silas Malafaia, R.R. Soares e Estevam Hernandes.
Você pode está se perguntando: “mas o que esses homens tem a ver com a salvação pela graça mediante a fé?” Eu lhe respondo que possuem muita coisa. A teologia que permeia muitas igrejas ditas evangélicas, hoje, é uma teologia da confissão positiva. Ou seja, a famosa teologia da prosperidade, onde o cristão pode tudo: ser bem sucedido, não ter tribulações e nunca ficar doente. Caso essas coisas ocorram, se deu por falta de fé.
Mas como esses homens agem? Simples! Segundo a fidelidade que cada pessoa tem com sua instituição. Tais ensinam que as bênçãos - que na Escritura são gratuitas -, podem ser conseguidas por meio de campanhas, ofertas, doações, etc.
Por conta disso houve propósitos em determinadas congregações cristãs, onde o ofertante depositava todo seu salário na arca de ofertas! Campanhas tais como “doe seu boi”, pregada pela Igreja Universal a algum tempo atrás. Pregações baseadas no juiz de Israel, Gideão, que por um ato de fé sacrificou o boi de seu pai para confirmar a aliança feita com Deus
“Toma o boi que pertence a teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derruba o altar de Baal, que é de teu pai; e corta o bosque que está ao pé dele. E edifica ao SENHOR teu Deus um altar no cume deste lugar forte, num lugar conveniente; e toma o segundo boi, e o oferecerás em holocausto com a lenha que cortares do bosque.” (Juízes 6:25-26)
Vejamos. É isso que Deus quer para me abençoar? Meu dízimo? Minhas ofertas? Minha resposta é um enfático NÃO! Na estrutura financeira dessas igrejas, o pagamento de dízimo é apenas o começo. Os líderes são criativos em criar campanhas e compromissos que devem ser seguidos pelos fiéis. Isso sustenta a vida luxuosa que vivem. O próprio Silas Malafaia relatou a jornalista Mônica Bérgamo, que a revista Forbes se equivocou (claro que não com tal sutileza). E que o valor de seus bens representam apenas 2% do valor informado pela revista, o equivalente a R$ 6 milhões. O “pastor” alega que a maior parte desse valor refere-se a imóveis.
A jornalista relata que Silas Malafaia possui nove imóveis, sendo a casa em que vive, num condomínio na zona oeste do Rio de Janeiro o mais valioso: “deve valer R$ 2,5 milhões”, segundo Malafaia, que alega ter comprado por R$ 800 mil. Os demais imóveis são apartamentos comprados para seus três filhos no valor de R$ 400 mil cada um, outros quatro comprados na planta no valor de R$ 450 mil e um apartamento em Boca Raton, na Flórida, avaliado em R$ 500 mil.
Em uma reportagem no Domingo Espetacular (programa jornalístico da Rede Record), o repórter Marcelo Rezende revelou ao Brasil um investimento pessoal do “apóstolo” Valdemiro, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus. Tal patrimônio está localizado no estado do Mato Grosso. Na reportagem de quase trinta minutos, o programa mostrou uma propriedade, duas fazendas (que somadas, dariam duas vezes o tamanho da cidade de Jerusalém) pertencente ao autodenominado "apóstolo", e que teria custado aos cofres da igreja algo em torno de 30 milhões de reais. Fora o investimento em gado.
Por falar em rede Record, temos o nosso campeão. O “bispo” Edir Macedo. Em 2013 a Forbes declarou que o “bispo” estreava entre os bilionários do mundo. Estando na 1268ª posição no ranking mundial (41º mais rico do país)
Esses são só alguns exemplos, pois me faltaria tempo de falar sobre R.R. Soares, Estevam Hernandes e muitos outros “pastores” que já iniciam uma ascensão nesse quesito: EXPLORAÇÃO DE FIEIS!
Foi comprovado pelo IBGE que os evangélicos que mais contribuem com estas igrejas (que pregam esta teologia), são os religiosos mais pobres do País. Ou seja, essa teologia na prática não funciona. Aliás, funciona apenas para seus líderes, que são os únicos que desfrutam da suposta prosperidade a qual pregam. Onde está a prosperidade de todos então? Não existe!
Carecemos em nos encontrar alertas para não comer o “peixe junto com as espinhas” que muitos pregadores estão nos proporcionando. Ter ciência e retirar as perigosas “espinhas” muitas vezes não é fácil, mas extremamente imprescindível para termos uma vida cristã sadia e equilibrada.
Ao examinarmos o Novo Testamento, aprendemos que ser abençoado é ser uma pessoa que já tem dentro de si a Presença Viva do Espírito Santo. É conhecê-Lo face a face e ser transformado em seu interior a cada dia em virtude desse conhecimento. É ter a vida de Deus palpitando em nosso coração e em nossas reações no dia a dia de nossa existência. Eis a verdadeira benção! Tudo o mais perde a importância diante de tal conhecimento.
Esse era o pensamento do apóstolo Paulo quando escreve aos filipenses sobre o verdadeiro sentido da alegria:
“Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós. Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão; Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne. Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé; Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte; Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos. Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo.” (Filipenses 3:1-16)
Lamentavelmente, para muitos crentes e pregadores a ideia de “ser abençoado com as bênçãos celestiais oferecidas pelo sacrifício de Cristo”, não é suficiente. Eles querem mais. Acham até que têm direitos diante de Deus de serem abençoados materialmente desde que cumpram as regras estabelecidas pela mentalidade religiosa predominante nos círculos evangélicos atuais. Talvez, ainda não conheceram a verdadeira benção e por isso, precisam de “muletas abençoadoras” para que a vida funcione da melhor maneira possível.
As nossas bênçãos está em entendermos que Deus em Sua infinita Graça e Misericórdia já nos abençoou dando-nos o privilégio primoroso de deleitar-se de Sua afetuosa Presença agora e eternamente. Necessitamos instruirmos a nos agradar em Sua companhia e assim ter um coração que se contente Nele apenas, mesmo que não tenhamos as coisas boas dessa vida. Nossa alegria e satisfação não estão aqui! Algo muito maior e melhor nos espera e em direção a Ele estamos indo, mesmo que nossa figueira não floresça já somos abençoados. Acredite nessa verdade
Toda dádiva é um dom de Deus, um presente imerecido para nós – que não somos merecedores. Devemos entender que bênçãos matérias são efeitos do Evangelho, pode existir ou não. Porém, não necessitamos praticar “barganhas” e prova de Deus como Saul e Simão, o mágico, que deduziram conseguir dádiva e dons com ofertas financeiros. Mas para esses pregadores essa teologia é chamada até de “fracassada”, “teologia da pobreza” etc., pois os mesmos são movidos tão somente por lucro.
Vemos a vida dos apóstolos no Novo Testamento, e percebemos o quão diferente de tais lideres modernos. Para os tais, Pedro nos deixa uma maravilhosa advertência:
"Movidos por sórdida ganância, tais mestres os explorarão com suas lendas e artimanhas. Todavia, sua condenação desde há muito tempo paira sobre eles, e sua destruição já está em processo." (2 Pedro 2:3)
Rômulo Lima
(Acadêmico em Teologia e Apologética Aplicada)
Perfeito!!
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