"Passarão o céu e a terra. Minhas palavras, porém, não passarão.." (Mateus 24:35 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
Para uma melhor analise de qualquer doutrina cristã, de onde deve estar assentada a fé de qualquer pessoa que se confesse seguidor de Cristo, ou a igreja (no contexto denominacional) que se diz cristã, deve-se sempre determinar qual é a autoridade máxima de sua fé, doutrina, religião e moral.
A Bíblia é muito clara sobre esse ponto. Ela declara constantemente em suas páginas que possui autoridade, e que suas palavras são as Palavras de Deus; não no sentido de que Deus falou tudo que está escrito em suas páginas, mas sim que Ele determinou e compeliu seus autores, por intermédio do Espírito Santo, a escrevê-la. Porém há inúmeras citações diretas de sua comunicação com os profetas do Antigo Testamento pela expressão: “Assim diz o Senhor...”; “Oráculo do Senhor...”; “Veio a mim a Palavra do Senhor...” etc. No Novo Testamento temos a ação direta de Deus, na Pessoa de Cristo Jesus, discriminando abertamente que Ele é a Palavra de Deus (João 14:6); Também consta pelas páginas neotestamentárias a revelação direta da Pessoa do Espírito Santo no ministério dos apóstolos com expressões muito claras: “E o Espírito diz expressamente...” “Disse o Espírito Santo...”; “Então o Espírito de Deus...”; etc.
Há aqui uma grande contestação entre a confissão de fé Reformada (que busca sempre o retorno as Escrituras Sagradas), e a Igreja Católica Romana. Enquanto os reformados - e os atuais herdeiros da reforma – declaram que a Bíblia é a Única autoridade se tratando de fé, doutrina, religião e moral, a Igreja Católica Romana pronuncia que existem, a saber, três supremas autoridades. Em seu Catecismo (Documento impresso que determina a confissão de fé e doutrina da igreja) ela expressa-se da seguinte forma:
"Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas." (Catecismo da Igreja Católica, Parágrafo 95)
Vemos claramente na declaração que, a “Sagrada Tradição” (Ensino oral supostamente entregue atravessadamente pelo tempo); “A Sagrada Escritura”; e, o "Magistério da Igreja” (O encargo de interpretação da Bíblia pelos seus sacerdotes com a autoridade do Papa) possuem a mesma autoridade, estando emaranhados e vinculados uns aos outros. E ainda mais que eles contribuem de forma eficaz para a salvação do católico.
Analisemos outro parágrafo do Catecismo:
“Dai resulta que a Igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, ‘não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência.” (Catecismo da Igreja Católica, Parágrafo 82).
Confirma-se nesta declaração o que resumi acima. As fontes de autoridades da Igreja Católica devem ser aceitas e veneradas de igual modo, pois ambas são a Palavra de Deus autenticas e fieis. Dessa forma o próprio Catecismo vai explicando em seu parágrafo - “Duas Modalidades Distintas de Transmissão”- sua teologia da seguinte maneira:
"A SAGRADA ESCRITURA É A PALAVRA DE DEUS ENQUANTO REDIGIDA SOB A MOÇÃO DO ESPÍRITO SANTO".
“Quanto à Sagrada Tradição, ela "transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos para que, sob a luz do Espírito de verdade, eles, por sua pregação, fielmente a conservem, exponham e difundam". (Catecismo da Igreja Católica, Parágrafo 81).
Torna-se bem esclarecido a questão, quando o próprio Catecismo, responde sobre uma discordância em fontes de autoridade. Ele (O Catecismo) expressa-se:
"O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo", isto é, foi confiado aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.” (Catecismo da Igreja Católica, Parágrafo 85).
Vemos que a confissão do Catolicismo declara ser autentica unicamente a interpretação dada pelo magistério da igreja, isto é, somente o corpo de sacerdotes católicos podem interpretar fielmente a Palavra de Deus. A detenção das verdades Bíblicas compete somente ao Catolicismo. Ou seja, exclusivamente a esta igreja.
No decorrer dos parágrafos, o Catecismo vai declarando a mesma doutrina, apenas com uma descrição diferente dos fatos, veja:
"É dever dos exegetas esforçar-se, dentro dessas diretrizes, por entender e expor com maior aprofundamento o sentido da Sagrada Escritura, a fim de que, por seu trabalho como que preparatório, amadureça o julgamento da Igreja. Pois todas estas coisas que concernem à maneira de interpretar a Escritura estão sujeitas, em última instância, ao juízo da Igreja, que exerce o divino ministério e mandato do guardar e interpretar a Palavra de Deus" (Catecismo da Igreja Católica, Parágrafo 119).
Esse parágrafo é extremamente interessante. Percebe-se que os exegetas (intérpretes), devem se encorajar a profunda interpretação Bíblica (Hermenêutica), somente ao pleno juízo da Igreja Romana. Explicando: a hermenêutica católica não está baseada nos princípios de que “A Bíblia explica-se a si mesma”, mas sim que a igreja dá a interpretação que lhe convém.
Será que a Bíblia concorda com a posição tomada pelas autoridades da Igreja Católica? O Catecismo está de acordo com a Sagrada Escritura: Vejamos se as fontes de autoridades proferidas pela Igreja Católica (Tradição, Bíblia e Magistério) forem a Palavra de Deus, elas então sem dúvida vão concordar entre si, não caindo em princípios de contradição, pois a Bíblia declara:
“Pois Deus não é um Deus de desordem, mas de paz.” (1 Coríntios 14:33a – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
Como veremos, infelizmente, o Catolicismo se equivoca em sua confissão de fé e em suas doutrinas, discordando diretamente do que a Palavra de Deus diz. Iahweh (Iavé/Jeová) enfaticamente professa na Escritura que sua Palavra é totalizada, perfeita e imutável:
“As palavras de Iahweh são palavras sinceras, prata pura saindo da terra, sete vezes refinada. Sim, Iahweh, tu nos guardarás, livrando-nos desta geração para sempre: por toda parte vagueiam os ímpios, quando a vileza é exaltada entre os filhos de Adão.” (Salmos 12 [11] versos 7-9. – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
“O princípio da tua palavra é a verdade, tuas normas são justiça para sempre.” (Salmos 119 [118] verso 160. – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é verdade.” (João 17:17 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
A Bíblia possui inúmeros versículos requerendo autoridade de si mesma, pus apenas essas três passagens acima, para que fique exemplificada a importância que a Escritura dá a si Própria, e a advertência enfática para quem adiciona algo juntamente as Santas Letras como fonte de autoridade. Analisemos:
“A todo o que ouve as palavras da profecia deste livro eu declaro: “Se alguém lhes fizer algum acréscimo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro”. E se alguém tirar algo das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará também a sua parte da árvore da Vida e da Cidade santa, que estão descritas neste livro!" (Apocalipse 22:18-19 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
Certamente um dos maiores vultos neotestamentários, o apóstolo Paulo – que em verdade possui mais autoridade do que qualquer outro teólogo ou apologista vivo - nos deixou registrado em seus ensinos, como devemos nos portar para com aqueles que contrariam a Palavra de Deus redigida, ensinando com isso doutrinas que as contradizem. Notemos:
”Rogo-vos, entretanto, irmãos, que estejais alerta contra os provocadores de dissensões e escândalos contrários ao ensinamento que recebestes. Evitai-os. Porque estes tais não servem a Cristo, nosso Senhor, mas ao próprio ventre, e com palavras melífluas e lisonjeiras seduzem os corações dos inocentes.” (Romanos 16:17-18 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
Observamos que a admoestação de Paulo é enfática, e sua conclusão também. Que os que ensinam contrariedades as Escrituras não servem a Cristo, mas sim a si próprio (ou até mesmo outra pessoa/instituição, mas não a Deus). Por que Paulo ensina dessa forma? Simplesmente porque os ensinos falsos geram males grandessíssimos na vida de quem os segue. Vejamos outro texto paulino:
“Entretanto, se alguém — ainda que nós mesmos ou um anjo do céu — vos anunciar um evangelho diferente do que vos anunciamos, seja anátema. Como já vô-lo dissemos, volto a dizê-lo agora: se alguém vos anunciar um evangelho diferente do que recebestes, seja anátema.” (Gálatas 1:8-9 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
Na Antiga Aliança, especificamente no Livro de Provérbios, o seu escritor apresenta a própria e duríssima advertência a quaisquer pessoas que se ouse a modificar a Palavra de Deus redigida:
“A Palavra de Deus é comprovada, ele é um escudo para quem nele se abriga: Não acrescentes nada às suas palavras, porque te responderá, e passarás por mentiroso”. (Provérbios 30:5-6 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
O Senhor Deus pronuncia que sua Palavra foi escrita uma única vez, a fim de conservar-se genuinamente para ensinamento perpétuo. Seguem algumas passagens para meditação e estudo que comprovam fielmente a minha declaração:
“A lei de Iahweh é perfeita, faz a vida voltar; o testemunho de Iahweh é firme, torna sábio o simples.” (Salmos 19 [18] verso 8 Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
Iahweh, tua palavra é para sempre, ela está firmada no céu; tua verdade continua, de geração em geração: fixaste a terra, e ela permanece. (Salmos 119 [118] versos 89-90 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
“seca-se a erva, murcha-se a flor, mas a palavra do nosso Deus subsiste para sempre" (Isaías 40:8 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
Essa mesma passagem é confirmada no Novo Testamento pelo apóstolo Pedro...
"Com efeito, toda a carne é como erva e toda a sua glória como a flor da erva. Secou-se a erva e a sua flor caiu; mas a Palavra do Senhor permanece para sempre. Ora, é esta a Palavra que vos foi anunciada no evangelho.” (1 Pedro 1:24-25 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
É demonstrado de forma explícita que a Palavra de Deus é perfeita! Algo tão primoroso que não necessita de mudança, não se retira e nem se acrescenta coisa nenhuma!
E sobre a declaração de exclusividade na interpretação Bíblica? O Catolicismo apregoa em seu Catecismo que unicamente o Magistério da Igreja Católica (encabeçado pelo Papa) pode interpretar de forma fidedigna a Palavra escrita. Contudo a Bíblia descompassa essa declaração:
"Antes de mais nada, sabei isto: que nenhuma profecia da Escritura resulta de uma interpretação particular, pois que a profecia jamais veio por vontade humana, mas homens, impelidos pelo Espírito Santo, falaram da parte de Deus.” (2 Pedro 1:20-21 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
Qual é a vontade de Deus para nossas vidas? Que cheguemos ao conhecimento de sua Verdade revelada (João 8:32)! E de onde ele quer que os cristãos obtenham sua doutrina? Do Papa? Do Cardeal? Do Primaz? Do Arcebispo? Do Bispo? Do Padre? Abro um parêntese importantíssimo (Isso serve de exemplo para toda igreja que se diz cristã. Que põe sua autoridade final na palavra dos “Apóstolos” modernos, Bispo/Bispa, Pastores, Missionários, etc.). Ou, O Senhor Deus quer que conheçamos a Bíblia, sua Palavra fiel? Vejamos a resposta:
"Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como certo; tu sabes de quem o aprendeste. Desde a tua infância conheces as sagradas Letras; elas têm o poder de comunicar-te a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda boa obra." (2 Timóteo 3:14-17 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
O apóstolo Paulo dá um ensinamento muito especifico ao seu amado discípulo Timóteo. Ele não faz referência qualquer à Tradição da Igreja ou ao Magistério. Muito pelo contrário. Timóteo é exortado para basear sua vida espiritual na verdade constante da Palavra de Deus, a qual já era conhecida. Podemos ver no texto que ele é ensinado a permanecer (e não mudar) os ensinos que lhe foram passados. Não há “nova revelação” extrabíblica por intermédio de Concílios e Catecismos. A Bíblia não ampara tal ensinamento da Igreja Católica.
Igualmente a está passagem há muitos outros versos que permitem deixar o assunto bem esclarecido. Deus nunca abonou a alguma pessoa prelado para acrescentar ou modificar Sua Santa Palavra. A Escritura é perfeitamente completa, precisamente como o Espírito Santo compeliu aos seus escritores, pois Ele mesmo era o Autor.
Para quem estuda a Bíblia, ou a lê com o intuito de realizar a vontade de Deus, é formulada então a seguinte questão de reflexão que devemos responder sem hesitação: O Senhor Deus, cuja Palavra não muda, contraviria todas estas Escrituras somente para dar ao Papa e à Igreja Católica o direito único de interpretação da Sua Palavra, embora Ele tenha dito que jamais o perpetraria? Creio que não!
No Ministério terreno do Senhor Jesus Cristo existiu um grupo dentro do judaísmo conhecido como Fariseus. Os Fariseus eram, juntamente com os Saduceus, Essênios e Zelotes, os grandes grupos das seitas judaicas. Este grupo (Fariseus) exercia grande influencia entre o povo judeu. Insistiam no cumprimento rigoroso das traições rabínicas. Esta palavra “fariseus” significa etimologicamente “separados”, porque não somente se separavam dos outros povos, mas também dos próprios israelitas. Observavam práticas minuciosas extrabíblicas, tais como: cerimônias e rituais; lavagens e purificações, etc., porém esqueciam-se do que estava redigido na própria Palavra, não agindo assim com o espírito das Escrituras. Os Fariseus foram repreendidos duramente pelo Senhor Jesus, e muitíssimas vezes. Vejamos tais reprovações:
"Ora, os fariseus e alguns escribas vindos de Jerusalém se reúnem em volta dele. Vendo que alguns dos seus discípulos comiam os pães com mãos impuras, isto é, sem lavá-las — os fariseus, com efeito, e todos os judeus, conforme a tradição dos antigos, não comem sem lavar o braço até o cotovelo, e, ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se aspergir, e muitos outros costumes que observam por tradição: lavagem de copos, de jarros, de vasos de metal — os fariseus e os escribas o interrogaram: “Por que não se comportam os teus discípulos segundo a tradição dos antigos, mas comem o pão com mãos impuras”?” Ele, então, disse-lhes: “Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me prestam culto; as doutrinas que ensinam são mandamentos humanos. Abandonais o mandamento de Deus, apegando-vos à tradição dos homens”. E dizia-lhes: “Sabeis muito bem desprezar o mandamento de Deus para observar a vossa tradição”. (Marcos 7:1-9 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
O Senhor Jesus indignou-se explicitamente porquanto os Fariseus incluíam as suas tradições acima até mesmo da Palavra de Deus, pois Ele (Jesus) compreende que a Palavra de Deus transporta o povo para vida eterna, enquanto as conhecimentos humanos conduz o povo ao permanente extermínio. Ainda que esses líderes satisfizessem todas as regras da sua religião, Jesus os reprovou. E ainda declarou que haveria algo de acontecer com eles sobre abonar a Escritura em nome da Tradição:
"Serpentes! Raça de víboras! Como haveis de escapar ao julgamento da geena?" (Mateus 23:33 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
A palavra grega “Geena” é um termo derivado do hebraico ”Gê-Hinnom” que por sua vez significa “Vale de Hinom” onde eram sacrificadas crianças para o deus pagão Moloque. Esse vale foi no Antigo Testamento, profanado por um rei de Israel chamado Josias. Tornou-se um símbolo de pecado e de suplicio eterno. Esta é a conotação com que Jesus Cristo descreve a condenação dos Fariseus.
Em outra parte da Bíblia, os Fariseus questionaram novamente Jesus acerca da Tradição que não era cumprida por seus discípulos. Vejamos o texto:
“Nesse tempo, chegaram-se a Jesus fariseus e escribas vindos de Jerusalém e disseram: ‘Por que os teus discípulos violam a tradição dos antigos? Pois que não lavam as mãos quando comem". (Mateus 15:1-2 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
Jesus Cristo sabiamente respondeu-lhes com uma pergunta: "Ele respondeu-lhes: ‘E vós, por que violais o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?" (Mateus 15:3 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
O Senhor Jesus ininterruptamente assentou a Escritura Bíblica por cima de quaisquer tradições humanas. Vejamos mais um texto Bíblico:
"Jesus respondeu-lhes: "Estais enganados, desconhecendo as Escrituras e o poder de Deus.” (Mateus 22:29 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
A Palavra inflexível de Deus sempre no Ministério de Cristo exerceu a autoridade final, nunca as tradições dos homens. E, juntamente com Cristo, confirmaram-se os ensinos dos Apóstolos. Paulo adverte a Igreja de Colossos (Uma grande cidade da Frigia na Ásia Menor) com o seguinte ensinamento:
"Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganosas especulações da "filosofia", segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo, e não segundo Cristo." (Colossenses 2:8 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
Todos os cristãos do Novo Testamento tinham ciência de que a Bíblia possuía autoridade suprema. Em uma de suas viagens missionárias, Paulo juntamente com seu companheiro Silas, chegou a um lugar chamado Bereia (Cidade da Macedônia cerca de 80 km da Tessalônica), e pregou o Evangelho para o povo de lá. Eles por sua vez examinaram os próprios ensinos diretos do apóstolo, para com isso detectar se andavam em conformidade com a Escritura. Vejamos:
"Os irmãos logo fizeram Paulo e Silas partirem de noite para Bereia. Eles, tendo ali chegado, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. Ora, estes eram mais nobres que os de Tessalônica. Pois acolheram a Palavra com toda a prontidão, perscrutando cada dia as Escrituras para ver se as coisas eram mesmo assim.” (Atos 17:11 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
Com o intuito de determinar se o que eles tinham escutado de Paulo e Silas era realmente a Verdade de Deus, aquelas pessoas foram à autoridade final e suprema, as Escrituras escritas. O Próprio Senhor Jesus ressalta sobre Sua Palavra Santa:
"Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama; e quem me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei e me manifestarei a ele". "Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada. Quem não me ama não guarda minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou." (João 14:21-24 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém)
Analisemos novamente estas outras palavras do apóstolo Paulo:
"Por esta razão é que sem cessar agradecemos a Deus por terdes acolhido a sua Palavra, que vos pregamos não como palavra humana, mas como na verdade é, Palavra de Deus que está produzindo efeito em vós, os fiéis." (1 Tessalonicenses 2:13 – Versão Católica: A Bíblia de Jerusalém).
Quando Paulo pregava a Palavra de Deus para aquele povo, não era a doutrina da Igreja Católica, não era a doutrina do Catecismo (Tradição) que no decorrer dos Concílios e anos vão tomando outros moldes, contrariando a própria Bíblia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Escritura diz que Deus é imutável: “Sim, eu, Iahweh, não mudei, mas vós filhos de Jacó, não cessastes!" (Malaquias 3:6 – Bíblia de Jerusalém). Por que? Simplesmente porque Ele é perfeito.
Seu Filho Jesus não muda: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje; ele o será para a eternidade!” (Hebreus 13:8 – Bíblia de Jerusalém). Por quê? Simplesmente porque Ele é perfeito.
Por que, então, iria a perfeita Palavra de Deus mudar? Fica a pergunta: Em quem devemos crer como suprema autoridade? Na Palavra escrita de Deus ou nos ensinos dos Concílios e tradições da Igreja Católica?
Essa decisão é crítica, porque a maior parte dos ensinos católicos estão transversalmente em oposição a todas as doutrinas Bíblicas. Deveremos escolher de que lado ficar: Da Palavra de Deus ou das tradições dos homens.
Por meio desta pequena dissertação acima, percebemos que a Escritura Bíblica é verdadeiramente a Palavra de Deus (Ela mesma reivindica tal autoridade única), posto supremo na vida do cristão e, excepcionalmente ela, deve ser seguida fielmente. Por isso o Senhor Jesus vociferou:
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é verdade.” (João 17:17 – Bíblia de Jerusalém)
Rômulo Lima
(Acadêmico em Teologia e Apologética Aplicada)
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