“Então, Jesus lhe disse: Embainha a tua
espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão.”
(Mateus 26:52)
Há uma onda comum entre
os desarmamentistas (em suas maiorias
socialistas funcionais), de usar tal texto das Escrituras para defender a
proibição legal ao uso e porte de armas para legitima defesa. E nesse ínterim
questionam: “como um cristão pode ser a
favor do porte de armas, se Jesus foi contra?” Bem... É de grande valia
informar que, socialistas funcionais, não conhecem nem a ideologia que defendem
quem dirá os ensinos de Jesus!
Nessa passagem Jesus
está no Getsêmani orando, até que chega a comitiva vinda da parte dos sacerdotes
e anciões, ou seja, das autoridades do povo judaico. Simão Pedro, no afã de
defender a integridade do seu Mestre, retira a espada da bainha e corta a orelha
de Malco (um dos servos do sumo sacerdote). Daí, Jesus, profere o texto em
estudo.
Uma leitura atenta, já
mostra de imediato o equívoco apresentado. Jesus não diz: “não tenha espada...” ou “...joga
fora essa espada.” ou ainda: “..quem
mandou você ter espada?” O que ele realmente diz é: “...embainha a tua espada.”. Outras traduções grafam: “Guarde a
espada!” (Nova Versão Internacional). O texto no grego – língua original
do Novo Testamento – grafa: “αποστρεψον την μαχαιραν σου” (transliterado: apostrepson ten mákairan sou). O
termo “αποστρεψον” (apostrepson) significa: virar, desviar, voltar, retornar, trazer de
volta, etc. (James Strong – Dicionário Bíblico
– Léxico Hebraico, Aramaico e Grego – verbete 654 ) e, pode ser encontrado em
outros textos do NT.
O que quero ressaltar, na verdade, é o erro na interpretação de um único
verso, para com isso sustentar a ideia de que Jesus era contra o uso de armas
para autodefesa. A repreensão dada ao apóstolo é explicada dentro do contexto
da passagem. Jesus diz que poderia invocar várias legiões do exército celestial
para sua defesa, PORÉM, não o faz devido a isto:
“Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo
as quais assim deve suceder?” (Mateus 26:54)
O comprometimento dele era cumprir o Antigo Testamento, que num passado
distante – aproximadamente 600 anos – no livro de Isaías (50:6 e 53:2-11), já
havia determinado todo o ocorrido. Usar o texto para defender a tese desarmamentista
é um erro hermenêutico imenso. Em outras partes da Bíblia, a autodefesa não é
considerada crime capital e muito menos um pecado que fere a integridade das
palavras divinas.
É aconselhável que, primeiramente, o socialista funcional conheça a
ideologia envolta no sistema que defende. De certo que fazendo isso tal
militante deixará de ser um instrumento
nas mãos de teóricos que os usam apenas para propagar ideias espúrias.
O Cristianismo possui dois mil de imensa dissertação filosófica. Compará-lo
ao socialismo teórico ou tentar sincretizar doutrinas é como tomar as areias do
deserto do Saara, e querê-las pôr em uma caixa de areia para esterco de animais.
Rômulo Lima
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