“Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20:3)
Esse pequeno verso bíblico, resume toda crença do fiel
soldado romano Jorge. Filho de pais crentes, da nobre família de Anice, Jorge foi
educado com primor dentro da cosmovisão do cristianismo dos primeiros séculos. Um
cristianismo genuíno. Despido da mitologia e do fetichismo que vemos hoje. Um fiel
e verdadeiro cristão.
Segundo o autor Edward Clapton, Jorge nasceu na região
central da Anatólia, conhecida como Capadócia, Depois da morte de seu pai, ele
mudou-se com sua mãe para Lida (região da Palestina), cidade de origem de sua genetriz.
Na adolescência, Jorge ingressou no exército romano, e, devido sua competência
ele logo ascendeu na profissão, galgando cargos de capitão, tribuno e chegando
a ser conde, integrando à própria guarda pessoal do então imperador
Diocleciano.
O Império Romano vivia tempos de grande perseguição
contra o cristianismo, pelo fato dos cristãos não praticarem a imperiolatria (culto
ao imperador) e a religião da Roma pagã. Isso fez com que Diocleciano, instigado
por súditos, promulgasse diversas medidas persecutórias, removendo cristãos de
cargos públicos, destruindo congregações, e, até mesmo obrigando-os a entregar
Escritos Sagrados às autoridades para serem queimados.
Jorge, com imensa coragem, foi à frente do imperador, e
na presença de diversos súditos da corte, assumiu ser cristão, deixando então
Diocleciano perplexo, pelo fato de ver um dos seus melhores subordinados, fiel
à religião que tanto detestava. Persuadiu Jorge com riquezas, territórios e
servos, mas, o valoroso soldado não abdicou de sua fé por coisas transitórias. O
imperador então resolve submetê-lo a castigos e torturas, esperando que Jorge renegasse
suas crenças, mas o mesmo era cada vez mais intrépido sabedor de que glória
maior o aguardava. Foi degolado depois de incontáveis sofrimentos.
Vemos que Jorge conhecia muito bem a argumentação de
Cristo Jesus quando o Senhor disse ao Tentador:
“Então lhe disse Jesus: Vai-te, Satanás,
porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” (Mateus 4:10)
Diante
desse pequeno texto, analisemos: Porventura, Jorge compactuaria com um
determinado culto, veneração (de inclinação religiosa), sincretismo e demais
procedimentos que sua imagem, hoje, está relacionada? Os mitos e lendas, que
desde a Idade Média, foram criados com sua persona: a princesa e o dragão;
armas mágicas, fazer morada na Lua e outros? Com toda certeza, não! Jorge é um
exemplo a ser seguido, e não um ser a ser cultuado. O bravo soldado morreu
justamente por não concordar com os procedimentos de religiões erradas e de
crenças populares que pervertessem os valores do autêntico cristianismo. Foi um
mártir porque, diante de alguém que desejava ser cultuado, não o fez. Negou todo
um sistema temporal, declarando-se servo de um único Senhor, Jesus Cristo:
“E
sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que
conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho
Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1 João 5:20)
Rômulo Lima