sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

PAU QUE BATE EM CHICO, BATE EM FRANCISCO

Quando nos debruçamos nos estudos da hamartiologia (estudo do pecado em teologia) e o da criminologia (estudo da criminalidade e suas causas), nos deparamos com a teoria da economia racional onde se levanta a hipótese que a desonestidade é um fenômeno restrito a poucas pessoas desviantes de um comportamento “normal”. A honestidade, a desonestidade e o cometimento de um delito por uma pessoa estão atrelados a um raciocínio analítico segundo o qual o ilícito pode ser realizado se trouxer um benefício que suplante o respectivo risco da respectiva realização.
Mas não é esse o comportamento adequado de um grupo que batalha para uma melhoria de uma sociedade moralmente "aceitável". Moralmente aceitável porquanto o mal moral sempre existirá, e sempre estará atrelado ao gênero humano.
Este (o mal moral) nasce, cresce e se reproduz na capacidade que todo ser tem de cometer erros. Agostinho (grande teólogo e filósofo da idade média) coloca-se contra a existência de um mal metafisico e de um mal físico. Para ele apenas existe o mal moral – onde se origina todos os males. Aqui podemos perceber esse ser mau como ligado aos conceitos humanos, aos hábitos, mais diretamente – à ação em si como ser na sociedade. Então, tal mal não é exclusividade de um grupo ou grupos de determinada ideologia, mas sim que a capacidade de cometê-lo por meio de irregularidades e crimes é latente a todos.
Ao lado do modelo da teoria racional, temos a economia comportamental partindo da premissa de que seres humanos são irracionais, ou no mínimo, não são tão racionais como se julgam ser. Ou seja, sua irracionalidade total ou parcial é a grande causa da inclinação para a criminalidade. E de tal sorte, é fundamental se compreender a fragilidade humana e descobrir maneiras mais realistas e eficazes de evitar tentações, incentivar o autocontrole e reforçar a visão dos objetivos de longo prazo.
Esta parece ser a mais “acertada” visão antropológica do comportamento humano. Embora não sejamos irracionais, somos cegos e propensos a atitudes que repugnamos. Por isso Paulo de Terso exclamou “Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.” (Romanos 7:15). De tudo isso, podemos tirar que o ser humano necessita de leis; de controle, de doutrinas e regras que os freiem. E, todos esses delitos e fraudes devem ser punidas com o mais duro rigor. Senão, não pararemos de cometer os atos mais assombrosos que possam ser cometidos.
Por mais singelos que pareçamos ser; simples; fracos, etc. somos sucumbidos como Frodo (personagem de J.R.R. Tolkien em Senhor dos Anéis) que no final de toda uma jornada na busca de destruir o artefato mau, foi atraído pela ganância e reivindicou sua posse.
Rômulo Lima

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