Frank Turek certa feita mencionou que, em um seminário na University of North Carolina Wilmington (Faculdade Wilmington da Carolina do Norte), entrevistou vários ateus para anexar como fonte em seu livro “Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu” (de coautoria com Norman Geisler), sobre a questão da moralidade. Pediu alguns exemplos e bases objetivas para a moral dentro da cosmovisão ateísta. O escritor relata que os presentes lutaram muito em seus argumentos para oferecer determinado apoio prático para a moral dentro das suas visões de mundo.
Respondiam perguntas tais: “como sabemos que algo é moral ou não moral, ou por que algo é moral?” Um ateu disse que "não prejudicar as pessoas" é algo moral. Então restou a pergunta: “Mas por que não prejudicar as pessoas?” E, “se prejudicar as pessoas aumentar a sua sobrevivência e/ou a da maioria?” Outro disse que "felicidade" é a base para a moralidade. O autor ainda indaga: "Felicidade de quem, Madre Teresa ou Hitler?", O indagado finaliza: "eu preciso pensar mais sobre isso".
Determinados ateus, como Richard Dawkins e Christopher Hitchens, instam
que a moral é simplesmente o produto da evolução. As sensibilidades morais do
mundo (não matar, estuprar, roubar, etc.) ajudam a garantir a nossa
sobrevivência evolutiva. Existem vários problemas com esta visão:
1) A violação sexual pode aumentar a
sobrevivência das espécies, mas isso faz com que o estupro seja
bom? Devemos estuprar?
2) Matar os fracos e deficientes pode
ajudar a melhorar as espécies e sua sobrevivência (plano do socialismo nazista
de Hitler). Isso significa que o Holocausto foi bom?
3) Se a evolução é a fonte da moral,
então o que impede que a moral evolua ao ponto de que um dia o estupro, roubo e
assassinato sejam considerados morais?
4) Dawkins e Hitchens confundem a
epistemologia com a ontologia (como sabemos que existe algo e por que algo
existe). Então, mesmo que a seleção natural ou algum outro processo
químico seja responsável por nós, sabendo do mal, isso não explicaria por que
algo está certo ou errado. Como um processo químico (seleção natural) produz
uma lei moral imaterial?
5) E por que alguém tem uma obrigação moral de obedecer a um processo químico? Alguém possui obrigação moral para com processos químicos?
Ficamos com a grande questão: “Se não existir um Deus para determinar um padrão moral objetivo e absoluto, como saberemos que moral e leis criadas por determinada cultura é correta?” Isso pode ser apenas uma convenção empregada por certas sociedades para impor tal norma sobre a população.
Vemos que o ateísmo desembocará facilmente num relativismo, que por sua
vez levará ao subjetivismo. Se um padrão moral absoluto não for existente,
quaisquer outros padrões devem ser aceitos, pois não posso provar se o certo e
o errado realmente o são.
Rômulo Lima
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