“Ora, a Páscoa, festa dos judeus, estava próxima.” (João 6:4)
Quando
lemos as páginas do Novo testamento, vemos que a Festa da Páscoa (ou Pães Asmos
– Lucas 22:1), é uma prática judaica relacionada justamente com a saída do povo
de Israel da escravidão no Egito, onde foi sacrificado um cordeiro em cada
casa, na qual deveria ter as portas manchadas com sague para que o Anjo
Destruidor, não matasse os primogênitos dos filhos de Israel, passando por cima
de suas moradas:
“...É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que
passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os
egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou.” (Êxodo 12:27)
O aspecto da páscoa Veterotestamentária que não deveríamos esquecer jamais é que esta marcava o começo de urna saída da escravidão; era o poder Deus agindo em libertação. Uma libertação física, nacional e momentânea. Era a sombra de uma obra futura que apontava para Cristo, com sentido do seu cumprimento no êxodo que nos liberta da velha vida com sua escravização do pecado tendo aplicações espirituais, universais e atemporais.
A
obra realizada pelo Senhor Jesus de sexta-feira a domingo, possui em seu sentido teológico, algo que não poderia ter sido realizado pela Lei mosaica. Um
autor que percebeu isso de forma esplêndida foi o apóstolo Paulo, e, esse tema
tornou-se central em sua teologia:
“Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.” (1 Coríntios 5:7)
Outro grande erudito (ou grandes) que percebeu esse sentido foi o escritor de Hebreus. A carta nos mostra o êxodo judaico libertando um povo inteiro da servidão física e faz o contraponto com o êxodo cristão, que oferece a “todos” os homens a libertação do pecado, bem como a outorga do Reino de Cristo, onde impera perfeita liberdade e o ápice da salvação:
“...assim também
Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (Hebreus 9:28)
Paulo,
ao escrever aos gálatas, nos ensina que em Cristo os homens podem tomar-se
filhos de Deus:
“...vindo,
porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei,
para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que
recebêssemos a adoção de filhos.
E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o
Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gálatas 4:4-6)
Hoje, o nosso objetivo é olhar para Cristo, o Verdadeiro Êxodo, e encontrarmos uma pátria, não como a de Canaã da qual se limitou Israel, mas a pátria eterna que possuirão aqueles que receberem a expiação de Jesus: o Verdadeiro Sacerdote e o Cordeiro Pascoal:
“...não por meio de sangue de bodes e de
bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por
todas, tendo obtido eterna redenção.”
(Hebreus 9:12)
Uma
páscoa maravilhosa e que o verdadeiro sentido da comemoração seja reluzido para
você e toda família!
Rômulo
Lima