“São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São
da descendência de Abraão? Também eu. São ministros de Cristo?
(Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em
prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes.
Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de
açoites menos um; fui três vezes
fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e
um dia passei na voragem do mar; em
jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em
perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos
no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em
fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim
diariamente, a preocupação com todas as igrejas.” (2 Coríntios 11:22-28)
Nas leituras da madrugada, esse texto paulino não me chamou a atenção
não... Ele gritou mesmo! A pós-modernidade trouxe uma crença muito estranha de
que, se você aceitar a Cristo e seguir obedecendo a Deus, sua vida será
molezinha. Acabaram-se os problemas! Só bênçãos! Só vitórias! Deus vai dar tudo
que você desejar no coração! Etc... etc... etc...
Eu conto ou vocês contam que estão todos iludidos? Eu conto! Os
pregadores da tevê estão pondo tapete vermelho para vocês entrarem no INFERNO!.
Se alguém merecia o Oscar da fé cristã, esse alguém era Paulo. Quem ler
o livro de Atos verá o que esse apóstolo passou na vida! Aquilo que os
falsos “apóstolos” consideram uma vergonha, Paulo ostentava como triunfo. É a
mesma coisa nos dias de hoje! Enquanto os "pastores" se vangloriam de
sua retórica, de suas bênçãos e seguidores, Paulo se gloriava em suas
fraquezas. Os dias de hoje estão cheios de “pastores” que se ufanam de terem
grandes ministérios. Nos dias de Paulo, este era esmagado pela preocupação com
todas as igrejas. Hoje os “pastores” exibem troféus. Antigamente Paulo mostrava
seu catálogo de sofrimentos por Cristo.
A vida de Paulo depois de sua conversão foi turbulência atrás de
turbulência. Não tinha folga; não tinha descanso. Aonde ele chegava havia um
tumulto para matá-lo. Foi perseguido em Damasco; apedrejado em Listra; açoitado
em Filipos; escorraçado de Tessalônica; enxotado de Bereia; levado ao tribunal
em Corinto; perturbado em Éfeso; preso em Jerusalém; acusado em Cesareia;
mordido por uma víbora em Malta e decapitado em Roma.
Hoje basta ser a Universal; ser Vitória em Cristo; ou, outro
“ministério” fanfarrão deste aí: do Valdemiro, Agenor, R.R. Soares ou Estevam
Hernandes e tudo estará bem.
Rômulo Lima